6 de Janeiro de 2016
Títulos de sócio de Manuel da Gama Xaro
O Arquivo Distrital de Beja destaca como documento do mês de janeiro alguns títulos de sócio de diversas academias e sociedades dos quais Manuel da Gama Xaro era associado, nomeadamente da Academia Real de Ciência, Sociedad Arqueológica Española, Sociedade Agrícola de Beja, Sociedade Arqueológica Lusitana e ainda a nomeação como membro do Conservatório Real de Lisboa.
Manuel da Gama Xaro nasceu em Beja a 22 de Dezembro de 1800 e faleceu a 10 de Março de 1870.
Com a idade de 16 anos e após terminar os primeiros estudos, entrou para a Ordem dos Carmelitas calçados, na qual tirou o curso de filosofia no Colégio da referida Ordem na cidade de Coimbra. Secularizou-se em 1825 e recebeu o hábito de freire professo na Ordem Militar de Santiago da Espada. Em 1827 foi promovido mediante concurso num dos benefícios da Igreja paroquial de S. Sebastião de Setúbal, onde foi pároco no ano de 1860, acumulando estas funções com as de Vigário Geral do Arcediagado da mesma cidade. No ano de 1864 foi cónego da basílica patriarcal de Lisboa.
Em 1840 foi eleito deputado pelo círculo de Beja, cargo que exerceu durante muito pouco tempo. Foi um dos mentores da criação da Real Sociedade Arqueológica Lusitana fundada no ano de 1849 com a denominação de Sociedade Arqueológica Lusitana, sociedade que tinha como finalidade de promover os estudos arqueológicos, históricos e artísticos. No ano de 1851 foram publicados três Anais desta Sociedade da autoria de Manuel Xaro, e foi também ele quem escreveu o relatório que procede os estatutos da dita sociedade, da qual fazia parte como membro da primeira direcção.
Foi membro do Conservatório de Lisboa, associado provincial da Academia Real das Ciências, sócio correspondente da Sociedade Agrícola de Beja e da Academia Arqueológica de Madrid. Muito respeitado pelos seus dotes literários e pela sua erudição e também muito versado nas áreas da arqueologia e da numismática.
Na área da literatura escreveu Reparos críticos sobre alguns passos da crónica d’el rei D. Pedro I de Portugal, por Fernão Lopes; os quais saíram no Jornal da Sociedade dos Amigos da Letras. No ano de 1831 foi um dos colaboradores do jornal político e literário O Universal e escreveu vários artigos no Arquivo Pitoresco, vol. III.
Os documentos em destaque encontram-se no Arquivo Distrital de Beja, na Coleção de documentos de José Silvestre Ribeiro.
Consulte os documentos em: Titulos de socio de Manuel da Gama Xaro
in Portugal – Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Numismático e Artístico, Volume VII, pág.705.