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Notícias

6 de Outubro de 2020

Implantação da República – ANTÓNIO MARIA BATISTA – o republicano bejense

No dia comemorativo da Implantação da República, o Arquivo Distrital de Beja assinala a data com o assento de nascimento de António Maria Batista, que se destacou na vida política e militar como um fervoroso republicano do Partido Democrático.

António Maria Batista nasceu em Beja e foi batizado na igreja paroquial de São João Batista no dia 3 de Abril de 1863, pelo Reverendo Padre João Batista da Silva. Filho quarto na ordem de filiação e primeiro do nome de Francisco António Batista, sargento da infantaria nº 17, natural de Lagos e de Maria Estrela, natural de Estremoz. Neto paterno de Plácido António Batista e Maria da Paixão e materno de António José e Rosalina Cândida. Foram padrinhos António Manuel de Faria e Maria Vitória da Encarnação.

Contraiu matrimónio com Amélia Augusta Caldeira Vaz Soares Batista de quem teve dois filhos: João Carlos e José Carlos Vaz Soares Batista. Morreu em Lisboa no dia 6 de Junho de 1920 com 54 anos de idade.

PERCURSO MILITAR:
1879 – Assentou praça e frequentou a escola do exército seguindo a carreira de armas como oficial de Infantaria;
1888 – Promovido a Alferes;
1895 – Promovido a Tenente. Participou nas campanhas de pacificação africanas, destacando-se em Moçambique na batalha de Marracuene e Coolela e na captura de Gungunhana;
1901 – Promovido a Capitão;
1910 – Assume-se como militante do Partido Democrático;
1911 – Promovido a Major;
1915 – Promovido a Tenente-coronel. Participou na Revolução de 14 de maio ao lado de Álvaro de Castro na sublevação das tropas em Santarém.
1916 – Em Junho distinguiu-se pela sua participação na 1ª Grande Guerra. Foi-lhe confiada a missão para se dirigir juntamente com a sua unidade para a Covilhã com a finalidade de pacificar o Regimento de Infantaria nº 21 que se tinha recusado a marchar para Tancos a fim de receber instrução Militar antes de embarcar para França. Em Dezembro subjugou as tropas revoltadas sob a chefia de Machado Santos em Abrantes.
1917 – Promovido a Coronel e em Junho partiu para a Flandres como Membro Expedicionário Português no comando Corpo Expedicionário Português, no comando da 4ª Brigada de Infantaria. No entanto, não teve tempo de exercer essa missão devido à sangrenta investida de 8 de abril de La Lys.
1918 – No dia 8 de Abril foi-lhe atribuído o comando da 4ª Brigada de Infantaria.
Durante a época da Grande Guerra, António Maria Batista envolveu-se numa conspiração contra o Governo de Sidónio País, da qual resultou a sua prisão durante 68 dias em Santa Bárbara. Quando saiu da prisão, dirigiu-se a Campolide para oferecer os seus serviços, assumiu o comando de uma Coluna composta por 500 militares e civis que partindo da Ajuda atacou os revoltosos monárquicos em Monsanto. Este foi o grande momento de viragem da ascensão política de António Maria Batista.
1920 – Promovido a General.

PERCURSO POLÍTICO:
1919 – Ingressa no governo de Domingos Pereira como republicano, a 2 de Abril do mesmo ano tomou posse do cargo de Ministro da Guerra, no qual teve um papel predominante na derrota das tentativas de restauração monárquica e na repressão das greves de inspiração anarco-sindicalista desencadeadas na altura. Destacou-se pelos seus comícios.
Como chefe do Gabinete, contou com a participação de Liberato Pinto, um ambicioso oficial que teve um papel predominante na reorganização das forças militares, especialmente na Guarda Nacional Republicana (GNR).
1919 – Em maio, foi eleito pela segunda vez senador do círculo de Santarém e ainda durante este mesmo ano foi nomeado Comandante Geral da Guarda-fiscal e Comendador da Ordem Militar de São Bento de Avis.
1920 – No cargo de Coronel, é encarregado de formar governo após algumas divergências no Partido Democrático, assumiu o cargo de Presidente do Ministério no dia 8 de março. No dia 3 de Junho foi condecorado com a Grã – Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
Faleceu no dia 6 de Junho em pleno conselho de ministros vítima de um acidente vascular cerebral depois de receber uma carta insultuosa.
Foi promovido postumamente ao Cargo de General

António Maria Batista governou num período de grande instabilidade política e social. O seu lema ficou claro no dia da sua tomada de posse: “trabalhar sempre, defender intransigentemente a República; um exército essencialmente republicano. Quem não quiser defender a República vai-se embora”. (O Mundo 2/4/1919).

No dia da sua morte foi decretado luto nacional (Decreto-Lei 6661 de 6 de Junho de 1920).

A Lei nº 984 de 7 de Junho de1920 “considera feriado oficial o dia do funeral do cidadão António Maria Batista, sendo as suas despesas do mesmo satisfeito pelo Estado, e concedendo à viúva do referido cidadão a pensão anual de 3600$00, isenta de imposições legais”.

Em sua memória, em Beja, foi dado o seu nome à Praceta Coronel António Batista. Em Lisboa à Rua António Maria Batista e em Santarém à Avenida António Maria Batista.

Cota do documento: PT-ADBJA-PRQ-BJA15-001-B022-ASSENTO 21

Fontes consultadas: Wikipédia.org/wiki/António_Maria_Batista
Diário do Alentejo nº 15 do dia 6 de março 2020 – artigo “HISTÓRIA – António Maria Batista o Bejense que chegou à chefia do Governo” da autoria de Pedro Figueiredo Leal e Manuel Baiôa.

Esta notícia foi publicada em 6 de Outubro de 2020 e foi arquivada em: Documento em destaque, Geral.