1 de Setembro de 2022
Fornecimento e o sustento dos presos na cadeia de Mértola
Os documentos em destaque integram a documentação do fundo do Governo Civil de Beja, existente no Arquivo Distrital de Beja e dizem respeito a correspondência trocada entre o Administrador do Concelho de Mértola e o Governador Civil de Beja sobre o fornecimento e sustento dos presos na cadeia de Mértola.
O primeiro documento consiste num ofício datado de 25 de agosto de 1911, onde se informa o Governador Civil de Beja que o concurso para a aquisição de serviços para o fornecimento de refeições aos presos havia ficado deserto.
Para fazer face a esta situação, propõe o Administrador do Concelho de Mértola que a aquisição dos refeições e sustento dos presos seja feito por administração direta do Estado, à semelhança do que já aconteceu no passado, conforme tabela anexo ao referido ofício, aprovada pelo Subdelegado do Procurador da República em exercício na Comarca de Mértola.
Nessa tabela, “Fórmulas das Refeições Diárias para a Alimentação dos Presos”, são mencionadas as refeições e respetivas quantidades a serem fornecidas aos presos em cada dia da semana, constando nela os seguintes alimentos: pão de ração, bacalhau ou outros peixes (grados ou miúdos); carne, massa, grão, feijão, arroz, batata, toucinho, sopa (refogada) e temperos.
Mais se acrescenta na referida tabela que nos dias de Natal, Ano Novo, Carnaval, Páscoa e Comunhão dos presos a ração de carne sobe para a quantidade para 250 gramas e é distribuído a cada preso 2 decilitro de vinho. É ainda de salientar a grande predominância do pão no referido menu – 500 gramas por dia a cada preso e os pratos típicos alentejanos à base de açordas, leguminosas, sopas refogadas e o toucinho que acompanhava com ao pão.
Cota: Correspondência Recebida e expedida do Administrador do Concelho de Mértola – ano de 1911