12 de Fevereiro de 2014
CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE BEJA – disponibilização de descrições e imagens
No âmbito do projeto: “Ordens Monástico/Conventuais no Baixo Alentejo, 1415-1911“ decorrente da candidatura ao concurso de “Recuperação, Tratamento e Organização de Acervos Documentais 2012″, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, o Arquivo Distrital de Beja informa que durante este mês de fevereiro disponibilizou 1145 descrições arquivísticas, num total de mais 28.000 imagens do Convento de Nossa Senhora da Conceição de Beja, e que se encontram disponíveis para pesquisa em linha nos seguintes endereços:
http://digitarq.adbja.arquivos.pt/details?id=1056508
http://adbja.dglab.gov.pt/fundos-e-coleccoes/monasticos/
O Convento de Nossa Senhora da Conceição de Beja era feminino, e pertencia à Ordem dos Frades Menores, e à Província dos Algarves.
Em 1459, foi fundado e concedida licença para a sua instituição por dois breves de Pio II
Foi erigido junto ao Palácio dos Infantes, no centro da cidade, a partir de um recolhimento de terceiras seculares (mantelatas), ou segundo frei Manuel de São Caetano Damásio, de um grupo de emparedadas.
O convento começou a ser construído por iniciativa do duque de Beja, o infante D. Fernando (irmão de D. Afonso V) e de sua mulher D. Beatriz, primeiros duques de Beja e pais de D. Manuel.
Em 1461, recebeu o oratório de Santa Vitória.
Em 1463, já as terceiras tinham feito profissão na Ordem de Santa Clara.
Parece, contudo, que as obras foram bastante demoradas, sendo a parte conventual particularmente morosa.
Em 1469, o convento encontrava-se praticamente concluído, recebeu a invocação de Nossa Senhora da Conceição de Maria Santíssima, e a regra urbanista, como se mostra na bula de 21 de Dezembro desse ano, concedida pelo papa Paulo II.
A data de entrada das monjas no cenóbio aconteceu em 1473, mas doze anos depois registou-se a presença do arquitecto João de Arruda como supervisor dos trabalhos e só nos inícios do século XVI é que se terminou o dormitório das monjas.
A infanta D. Beatriz iniciaria, simultaneamente, o processo para tentar vincular a comunidade à direcção dos observantes.
Mas, em 1473, os observantes franciscanos recusaram essa proposta.
Só em 1482, aceitaram o encargo, recebendo da duquesa de Beja, o compromisso de edificar um oratório para os frades, que incluiria a igreja e outras dependências.
Em 1483 ou 1484, recebeu a Igreja de Belas, na diocese de Lisboa.
Apenas em 1489, como resultado de uma intervenção pontifícia, começaram os observantes a habitar o oratório de Santo António de Beja, dando orientação e assistência espiritual às clarissas. Foi assim a primeira comunidade a passar à observância, mas não chegou a adoptar a Primeira Regra de Santa Clara, como tinha sido propósito dos fundadores.
Em 1505, por intervenção da duquesa de Beja levou a que, apesar da direcção observante, o convento se tenha tornado em panteão da família ducal.
Em 1533, passaram à obediência da Província dos Algarves.
Na segunda metade do século XVII, professou no convento a soror Mariana Alcoforado, autora das “Cartas portuguesas”.
Em 1834, no âmbito da “Reforma geral eclesiástica” empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo.
Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.
Em 1892, foi extinto por falecimento da última religiosa.
Com o fim das ordens religiosas o convento entrou em decadência e esteve à beira da ruína.
Em 1895, foi demolido o Paço dos Infantes, que se encontrava anexo ao convento, e parte da área conventual. Nessa ocasião foi possível reconstruir parcialmente o convento.
A 5 de outubro de 1927 dá-se a abertura do Museu Regional de Arte e Arqueologia no edifício do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição que o ocupa até aos dias de hoje.